4. Sábado 3ª Ministração – Libertação
Agora sim. Creio que entramos em um dos temas mais contraditórios, em relação à Palavra, do Encontro. Esta é uma das análises que, acredito, me darão mais trabalho. Mas creio que o propósito do Senhor, sobre a presente análise, deve ser cumprido, mesmo que muitos se levantem contrariamente.
Primeiramente, devo asseverar que a doutrina bíblica acerca demoniologia informa que a possessão é plenamente possível. Desse modo, não me posiciono de forma cética a toda manifestação demoníaca. Digo isso, pois alguns poderão se levantar acusando-me de meu ceticismo, apontando que eu não acredito em qualquer que seja o tipo de manifestação demoníaca. Porém, não será esta a posição defendida.
Mas, retornemos ao assunto.
Um Breve Histórico de Minha Experiência
Após passar por duas ministrações seguidas, os seminaristas normalmente se vêem cansados. Isso aumenta, logicamente, a ansiedade. Tudo isso é aliado à fome, pois, normalmente em minha igreja, a ministração a que se refere este tema é veiculada próxima do horário do almoço. A idéia é que ela termine no horário do almoço.
Não obstante, a ministração inicia-se com diversas considerações acerca do processo de libertação. São trazidas várias referências bíblicas a fim de se fundamentar o que o ministro tem falado. Logo mais entraremos na análise de toda a fundamentação bíblica e as colocações que envolvem a ministração.
A palestra é bastante longa e realça diversos princípios já manifestados pelas ministrações anteriores, principalmente concernente à confissão de pecados. Lembro-me que na minha fase de infância e adolescência testemunhei diversas conversões onde um simples convite ao arrependimento, aliado a uma confissão de fé genuína, eram suficientes para que a pessoa alcançasse a salvação. Como as coisas mudaram! Como dito anteriormente, agora você tem que se esforçar para se lembrar de cada pecadinho que cometeu desde a infância, para poder ser perdoado. Mas devemos voltar ao foco do nosso tema.
Finalizada a palestra, os seminaristas são convidados para um novo momento da ministração. É então escolhida, normalmente, uma trilha sonora (como em todo o Retiro de Impacto), normalmente para deixar a ministração mais tenebrosa, ou facilitar o mover espiritual. Alguns preferem tão somente ficar nos gritos – estes já são suficientemente assustadores. Em seguida, os seminaristas são postos em filas organizadas; deve haver espaço para que os intercessores e auxiliares possam circular entre os tais. Logo em seguida, é trazida uma lista de pecados, feitiços, mandingas, macumbas etc., que, segundo a ministração revelam pecados voluntários e involuntários que devem ser CONFESSADOS e RENUNCIADOS.
A partir de então, inicia-se o RITUAL DE EXORCISMO!
Todos são convidados a repetirem:
- Eu confesso, me arrependo e renuncio; por mim e por meus antepassados...
Em seguida, inicia-se a “confissão” dos pecados. A gente confessa que já comeu isso ou aquilo. A gente confessa que já participou disso ou daquilo. A gente renuncia a um monte de espíritos malignos; cada um com o nome mais esquisito que o outro. É Zé Pilintra; é Pomba Gira; é Preto Velho... É nome que não acaba mais.
Sempre a frase se inicia com os dizeres: “Eu confesso, me arrependo e renuncio; por mim e por meus antepassados”; e termina com os seguintes dizeres: “Sai da minha vida agora em nome de Jesus”.
Daí é uma gritaria só. São repetições e repetições das mesmas palavras. Só mudam os nomes dos demônios. Parece até que a Bíblia não condena as vãs repetições (Mt 6.7,8), e que ainda traz uma lista discriminando o nome de cada diabinho que existe por aí.
É interessante relembrar que os intercessores e auxiliares ficam caminhando no meio das pessoas com baldes e apetrechos de limpeza, pois, segundo o manual utilizado nessa ministração, diversos demônios se manifestam por meio do vômito. Às vezes me pergunto se a ânsia de vômito não advém de um estado psicológico que foi levado ao nervosismo. Eu, particularmente, quando estou nervoso ou ansioso com algo, normalmente, sinto um forte pesar no estômago. Já teve vezes de eu quase vomitar diante de algumas situações onde meu emocional estava fortemente abalado.
Se nós observarmos o ambiente, somado à gritaria, é notório que manifestações físicas atreladas ao vômito poderão ser facilitadas. Não me posiciono ceticamente. Aliás, não sou um perito em demoniologia, tal como são os obreiros das igrejas neopentecostais. Apenas creio que os demônios se sujeitam à autoridade que há no nome de Jesus Cristo (Lc 10.17); apenas creio que a libertação se dá pelo conhecimento da verdade (Jo 8.32), e que Jesus é a verdade (Jo 14.6) e também que a verdade é a Palavra (Jo 17.17); apenas creio em um evangelho mais simples em que não há necessidade de ficar gritando, freneticamente, para que os espíritos malignos se manifestem, os mesmos se manifestarão segundo a vontade de Deus para que não haja tanto constrangimento ou mesmo tanto sofrimento àquele que se vê escravizado. Creio também que, se há dificuldade em se expulsar determinada casta de demônio, isso revela apenas falta de preparo espiritual por parte do ministro (Mc 9.29). Na verdade o que já até cheguei a presenciar, foram diversos métodos onde diziam que determinadas castas não sairiam se a perna ou o braço da pessoa estivessem cruzados.
Também já presenciei diversos tipos de unções necessárias para a libertação. Para se ter uma idéia, segundo a experiência que tive no Encontro, para sair alguns tipos de demônios, era necessário orar com a mão no estômago. Outros tipos só saem se orar com as mãos no cóccix. Eram tantos métodos que mais parecia que o poder que há no nome de Cristo não era suficiente. O problema não está, talvez, reservado a nós ministros, que temos nos afastado da simplicidade do evangelho e, em conseqüência, apostatado da fé?
A conseqüência disso tudo é um rebuliço total. Gente caindo no chão e se contorcendo. Outros vomitando. Outros apenas morrendo de medo. É uma festa de imaturidade espiritual e de invencionices carnais. Exatamente isso! Se há uma coisa que muito está presente nestes Encontros e Retiros de Impacto é carnalidade e superstições! Paulo nos exorta a deixarmos de lado as fábulas profanas (1Tm 1.4; 4.7; 2Tm 4.4). Todas essas regras não passam de superstições e fábulas. Se o poder do evangelho não nos foi suficiente para nos libertar disso tudo, significa que há algo de muito errado em relação a nossa fé.
Em verdade, tudo isso não passa de apostasia generalizada. É um escachado afastamento da fé. Judas, em sua epístola universal, nos convida a batalharmos, diligentemente, pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jd v. 3). E o que nós fazemos? Nos abraçamos a novidades e invencionices que anulam o poder que há no nome de Jesus; anulam seu sacrifício; anulam o poder libertador que há na Palavra da Verdade; trocamos a verdade por um movimento emocionalista! Trocamos a simplicidade do evangelho por um show de aparente espiritualidade, mas que na essência, revela pura imaturidade espiritual.
Tal ritual aparenta-se mais a um exorcismo! Métodos e mais métodos para que haja libertação com bastante movimento, mas eficácia zero! É o poder do evangelho que produz uma eficácia que dura pela eternidade, e não estes métodos frenéticos.
Entretanto, há muito ainda a ser analisado. Depois retornaremos no ritual para outras considerações.
Agora sim. Creio que entramos em um dos temas mais contraditórios, em relação à Palavra, do Encontro. Esta é uma das análises que, acredito, me darão mais trabalho. Mas creio que o propósito do Senhor, sobre a presente análise, deve ser cumprido, mesmo que muitos se levantem contrariamente.
Primeiramente, devo asseverar que a doutrina bíblica acerca demoniologia informa que a possessão é plenamente possível. Desse modo, não me posiciono de forma cética a toda manifestação demoníaca. Digo isso, pois alguns poderão se levantar acusando-me de meu ceticismo, apontando que eu não acredito em qualquer que seja o tipo de manifestação demoníaca. Porém, não será esta a posição defendida.
Mas, retornemos ao assunto.
Um Breve Histórico de Minha Experiência
Após passar por duas ministrações seguidas, os seminaristas normalmente se vêem cansados. Isso aumenta, logicamente, a ansiedade. Tudo isso é aliado à fome, pois, normalmente em minha igreja, a ministração a que se refere este tema é veiculada próxima do horário do almoço. A idéia é que ela termine no horário do almoço.
Não obstante, a ministração inicia-se com diversas considerações acerca do processo de libertação. São trazidas várias referências bíblicas a fim de se fundamentar o que o ministro tem falado. Logo mais entraremos na análise de toda a fundamentação bíblica e as colocações que envolvem a ministração.
A palestra é bastante longa e realça diversos princípios já manifestados pelas ministrações anteriores, principalmente concernente à confissão de pecados. Lembro-me que na minha fase de infância e adolescência testemunhei diversas conversões onde um simples convite ao arrependimento, aliado a uma confissão de fé genuína, eram suficientes para que a pessoa alcançasse a salvação. Como as coisas mudaram! Como dito anteriormente, agora você tem que se esforçar para se lembrar de cada pecadinho que cometeu desde a infância, para poder ser perdoado. Mas devemos voltar ao foco do nosso tema.
Finalizada a palestra, os seminaristas são convidados para um novo momento da ministração. É então escolhida, normalmente, uma trilha sonora (como em todo o Retiro de Impacto), normalmente para deixar a ministração mais tenebrosa, ou facilitar o mover espiritual. Alguns preferem tão somente ficar nos gritos – estes já são suficientemente assustadores. Em seguida, os seminaristas são postos em filas organizadas; deve haver espaço para que os intercessores e auxiliares possam circular entre os tais. Logo em seguida, é trazida uma lista de pecados, feitiços, mandingas, macumbas etc., que, segundo a ministração revelam pecados voluntários e involuntários que devem ser CONFESSADOS e RENUNCIADOS.
A partir de então, inicia-se o RITUAL DE EXORCISMO!
Todos são convidados a repetirem:
- Eu confesso, me arrependo e renuncio; por mim e por meus antepassados...
Em seguida, inicia-se a “confissão” dos pecados. A gente confessa que já comeu isso ou aquilo. A gente confessa que já participou disso ou daquilo. A gente renuncia a um monte de espíritos malignos; cada um com o nome mais esquisito que o outro. É Zé Pilintra; é Pomba Gira; é Preto Velho... É nome que não acaba mais.
Sempre a frase se inicia com os dizeres: “Eu confesso, me arrependo e renuncio; por mim e por meus antepassados”; e termina com os seguintes dizeres: “Sai da minha vida agora em nome de Jesus”.
Daí é uma gritaria só. São repetições e repetições das mesmas palavras. Só mudam os nomes dos demônios. Parece até que a Bíblia não condena as vãs repetições (Mt 6.7,8), e que ainda traz uma lista discriminando o nome de cada diabinho que existe por aí.
É interessante relembrar que os intercessores e auxiliares ficam caminhando no meio das pessoas com baldes e apetrechos de limpeza, pois, segundo o manual utilizado nessa ministração, diversos demônios se manifestam por meio do vômito. Às vezes me pergunto se a ânsia de vômito não advém de um estado psicológico que foi levado ao nervosismo. Eu, particularmente, quando estou nervoso ou ansioso com algo, normalmente, sinto um forte pesar no estômago. Já teve vezes de eu quase vomitar diante de algumas situações onde meu emocional estava fortemente abalado.
Se nós observarmos o ambiente, somado à gritaria, é notório que manifestações físicas atreladas ao vômito poderão ser facilitadas. Não me posiciono ceticamente. Aliás, não sou um perito em demoniologia, tal como são os obreiros das igrejas neopentecostais. Apenas creio que os demônios se sujeitam à autoridade que há no nome de Jesus Cristo (Lc 10.17); apenas creio que a libertação se dá pelo conhecimento da verdade (Jo 8.32), e que Jesus é a verdade (Jo 14.6) e também que a verdade é a Palavra (Jo 17.17); apenas creio em um evangelho mais simples em que não há necessidade de ficar gritando, freneticamente, para que os espíritos malignos se manifestem, os mesmos se manifestarão segundo a vontade de Deus para que não haja tanto constrangimento ou mesmo tanto sofrimento àquele que se vê escravizado. Creio também que, se há dificuldade em se expulsar determinada casta de demônio, isso revela apenas falta de preparo espiritual por parte do ministro (Mc 9.29). Na verdade o que já até cheguei a presenciar, foram diversos métodos onde diziam que determinadas castas não sairiam se a perna ou o braço da pessoa estivessem cruzados.
Também já presenciei diversos tipos de unções necessárias para a libertação. Para se ter uma idéia, segundo a experiência que tive no Encontro, para sair alguns tipos de demônios, era necessário orar com a mão no estômago. Outros tipos só saem se orar com as mãos no cóccix. Eram tantos métodos que mais parecia que o poder que há no nome de Cristo não era suficiente. O problema não está, talvez, reservado a nós ministros, que temos nos afastado da simplicidade do evangelho e, em conseqüência, apostatado da fé?
A conseqüência disso tudo é um rebuliço total. Gente caindo no chão e se contorcendo. Outros vomitando. Outros apenas morrendo de medo. É uma festa de imaturidade espiritual e de invencionices carnais. Exatamente isso! Se há uma coisa que muito está presente nestes Encontros e Retiros de Impacto é carnalidade e superstições! Paulo nos exorta a deixarmos de lado as fábulas profanas (1Tm 1.4; 4.7; 2Tm 4.4). Todas essas regras não passam de superstições e fábulas. Se o poder do evangelho não nos foi suficiente para nos libertar disso tudo, significa que há algo de muito errado em relação a nossa fé.
Em verdade, tudo isso não passa de apostasia generalizada. É um escachado afastamento da fé. Judas, em sua epístola universal, nos convida a batalharmos, diligentemente, pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jd v. 3). E o que nós fazemos? Nos abraçamos a novidades e invencionices que anulam o poder que há no nome de Jesus; anulam seu sacrifício; anulam o poder libertador que há na Palavra da Verdade; trocamos a verdade por um movimento emocionalista! Trocamos a simplicidade do evangelho por um show de aparente espiritualidade, mas que na essência, revela pura imaturidade espiritual.
Tal ritual aparenta-se mais a um exorcismo! Métodos e mais métodos para que haja libertação com bastante movimento, mas eficácia zero! É o poder do evangelho que produz uma eficácia que dura pela eternidade, e não estes métodos frenéticos.
Entretanto, há muito ainda a ser analisado. Depois retornaremos no ritual para outras considerações.
http://jordannyblog.blogspot.com/2010/04/analise-do-encontro-e-tremendo-parte-7a.html
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