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segunda-feira, 30 de maio de 2011

E chega de insensatez!


INTRODUÇÃO
O assunto ainda é o insensato. Foram três estudos porque é  uma figura bem forte no livro. Ele é o oposto do sábio. Há três termos para ele, que nossas Bíblias traduzem como “insensato”. O primeiro é kêsil, o segundo é ‘ewil e o terceiro é nabal. Hoje comentamos o nabal. Há apenas três referências a ele no livro. É  que o termo é mais forte. Os dois anteriores falam da pessoa obstinada. Este, da pessoa grosseira em atos e palavras. E em Salmos, como veremos, a pessoa incrédula, sem Deus.

  1. O INSENSATO NABAL É ORGULHOSO
É grosseiro porque é orgulhoso: “Se você tem sido bastante tolo para ser orgulhoso” (Pv 30.32, LH).   Ele se  eleva sobre os outros. Acha que é melhor que eles. Mas  porque é tolo. Há igrejas orgulhosas de sua membresia, de suas receitas ou de seu templo. O orgulho é um desrespeito ao próximo, por julgá-lo inferior. É típico do nabal, o insensato arrogante.  O cristão não age assim. Eis como age: Filipenses 2.1-4. O cristão respeita as outras pessoas e não se põe acima delas.

  1. POR SER ORGULHOSO, O NABAL PLANEJA O MAL
Novamente 30.32:  “… para ser orgulhoso e planejar o mal”. Ele ama o mal e o planeja. Assim fazendo, ele cria brigas. O v. 33  traz três vezes o verbo “espremer”: espremer leite produz  queijo, espremer nariz produz sangue, e espremer ira produz contenda. Este nabal é contencioso. Muitas brigas surgem por causa do orgulho. Como age o cristão? Uma boa resposta está no Hino 569 HCC. Sua mensagem, com bastante conteúdo, é uma exortação a não sermos “nabais”.

  1. POR SER ORGULHOSO, O NABAL NÃO TRAZ PALAVRAS BOAS
Pv  17.7: “não convém ao tolo a fala excelente”. Na ira, perde a cabeça e diz o que não deve. Seu falar é inconveniente. As palavras impensadas trazem conseqüências. Lembremos a história de um homem chamado Nabal: 1Samuel 25.4-11. A conseqüência: v. 13. “Filho de Belial” significa  uma pessoa imprestável. O orgulhoso é imprestável para viver em relacionamentos. Abigail sobre Nabal: “Não há quem possa lhe falar” (1Sm 25.17). Há mulheres casadas com autênticos “nabais”.

CONCLUSÃO

A base de tudo é sua atitude espiritual. O nabal nega a ação de Deus: Salmo 14.1, onde “néscio” é nabal. Não é o ateu filosófico, mas o prático, aquele que nega a direção de Deus em sua vida. O orgulho é falta de Deus.  O verdadeiro conhecimento de Deus leva à humildade (não confunda com servilismo). Humildade é a correta compreensão de si mesmo, o entendimento de quem somos, sem mais nem menos. Romanos 12.3 cabe bem aqui. Sem se diminuir sem se exaltar.

 Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho     

 Fonte: Isaltino
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Mais um pouco sobre a insensatez


INTRODUÇÃO
O assunto ainda é o insensato. Como vimos no último estudo: “Parece uma das figuras mais fortes no livro. Há três termos usados para ele, que nossas Bíblias traduzem como “insensato”. O primeiro é kêsil, o segundo é ‘ewil e o terceiro é  nabal. Assim mudamos da sabedoria para insensatez, a não sabedoria”. Na semana passada vimos o insensato kêsil. Hoje vamos ver o insensato ‘ewil.

  1. RELEMBRANDO O INSENSATO KÊSIL
Na semana passada, além de vermos os três tipos de insensato, vimos o primeiro tipo, chamado, em hebraico, de kêsil. Para relembrar, voltemos à sua definição: “É o termo mais comum, aparecendo quase cinqüenta vezes. A idéia é da pessoa estúpida e obstinada, que nunca cede em seus pontos de vista. Sempre se julga certa. Em si mesmo, ele é uma pessoa sem capacidade de se concentrar em algum projeto”. É o insensato que sabe tudo e que nunca muda seus pontos de vista e quer que o mundo se amolde a ele. É a idéia de alguém arrogante, turrão.

2. CONHECENDO O INSENSATO ‘EWIL
Seu sentido é um pouco diferente do visto na semana passada.  Este termo aparece 19 vezes e significa “estupidez” e “teimosia”.  Parece mais forte, mais sinistro. Como é ele?
(1)    Ele é conhecido logo que abre a boca. Só sai o que não presta: 10.14. O sábio guarda a sabedoria. Ele “gasta” bobagem. E despreza a sabedoria a instrução: 1.7.
(2)    Ele adora bate-boca, gosta de meter-se em discussões, força-as: 20.3. O sábio foge de discussões, mas ele as ama. Dá um boi para entrar numa briga e uma boiada para não sair. Um cristão não deve ter tal costume: 1Coríntios 11.16.
(3)    O seu falar logo se manifesta em ira: 12.16. Como gosta de discussões, sua ira logo se acende. Ele é contencioso. Até mesmo em questões religiosas. Quem entra em discussão com ele nunca terá descanso. Por isso deve ser evitado: Tito 3.9-11.
(4)    Quando se ira, não tem senso de proporção: 27.3. Faz tempestade em copo d’água.
(5)    Por ser insensato (‘ewil) e falador, ele nunca ouve, e assim não aprende: 10.8 e 15.5. Aliás, não aprende nem à base de pancada: 27.22 (ver, principalmente, a BLH).

CONCLUSÃO
“Estúpido” e “teimoso” são os dois maiores significados deste termo. É a pessoa que nunca erra, que vence todas as discussões, que as ama, e que só sente bem levando vantagem sobre alguém.  Já o seguidor de Cristo tem outro padrão: Efésios 4.29-32. E observe que “entristecer o Espírito” está conectado aos pecados de língua, de mau gênio e escassez de misericórdia. O ‘ewil entristece o Espírito. O sábio e justo semeia o bem com suas palavras.

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Fonte: isaltino
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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Jesus veio para matar!



No antigo testamento através de figuras, sacrifícios, rituais e profecias, é nos comunicado a vinda do messias. Algumas bem claras outras nem tanto. O messias viria para de uma vez por todas resolver o problema da humanidade.

No novo testamento encontramos João Batista profetizando e constatando o cumprimento dessa profecia tão anunciada e ansiada.  O evangelho de João o apóstolo no capítulo 3 e no verso 16 e 17 dizem: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.  Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Aqui fica bem claro que Jesus veio salva, mas se observarmos este fato a luz de Romanos 6 de 1 a 13, fica mais claro ainda que Ele veio MATAR. Vejamos o que o texto de Romanos diz: QUE diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos; Sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.

O que Paulo esta dizendo é que Jesus veio matar o velho homem, a velha natureza caída e corrompida pelo pecado. Foi na cruz que Jesus consumou este ato. Foi na cruz de fato. Foi na cruz em forma de homem. Cumpriu o que desde a fundação do mundo foi planejado. Assim Paulo diz que devemos andar em novidade de vida. A salvação só se realiza na vida de quem enxerga sua morte na cruz com Cristo. Precisamos entender que nós que nos consideramos salvos na verdade já estamos mortos. O problema é que não queremos aceitar isso quando nos recusamos a viver segundo a nova criatura. Estamos mortos isso é fato. Jesus já executou. O nosso papel é fazer morrer todos os dias os comportamentos e condutas da velha natureza Cl 3:3-10.

Pense nisso.

Em Cristo, pastor Iranildo Medeiros



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EU VI A CRUZ!



EU VI A CRUZ! Era de cartolina amarela. Media cerca de dez por sete centímetros. Na parte superior estava o texto de Apocalipse 2.10: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. Em baixo, um pequeno cordão. Era um marcador de livros, à venda em uma livraria evangélica. Custava R$ 2,00.
EU VI A CRUZ! Era de pedra sabão, muito bonita. Bem trabalhada, media uns vinte e cinto centímetros por quinze. Tinha uma base, também de pedra sabão, que lhe permitia ficar de pé. Estava numa feira de artesanato. Custava R$ 25,00.
EU VI A CRUZ! Era de ouro puro, dezoito quilates. Media uns cinco centímetros por três. Repousava sobre um fundo de veludo vermelho escuro e uma lâmpada brilhava sobre ela, ressaltando-a. Acompanhava-a uma correntinha para pendurá-la ao pescoço. Foi numa joalheria. Custava R$ 2.500,00
EU VI A CRUZ! Na entrada de Brasília, antes do Memorial JK. Está enegrecida. Ao seu pé, tocos de vela, que as pessoas acendem. É um artefato composto de dois pedaços de madeira. Ali se realizou a primeira missa na capital federal. Mas na noite anterior, o Pr. Elias Brito Sobrinho foi lá com outros batistas e realizou um culto de oração. De joelhos, pediram pelo triunfo do evangelho na “capital da esperança”, como JK a chamou. Seu valor é histórico, difícil de avaliar financeiramente. Mas deve ter custado pouco.
EU VI A CRUZ! Erguida no alto de um monte. Tosca. Rude. Mal feita. Não era artística. Nem uma jóia. Estava suja de sangue. Nenhuma luz brilhava sobre ela para  enfeitá-la. Pelo contrário. Havia trevas, pois o sol se escondeu. Talvez com vergonha da brutalidade dos homens. Esta cruz não provocava admiração por sua beleza. Não tinha nenhuma. Nela um homem sangrava. Agonizava, com marcas de espancamento.  Tinha uma coroa de espinhos cravada na cabeça, de onde o sangue escorria e o cegava. Era a cruz de Jesus Cristo. Não tinha preço. Todo o ouro do mundo não podia pagá-la. Era a cruz da redenção da humanidade. Era a minha cruz. A sua cruz. A nossa cruz.
De alguém fascinado pela cruz, e rendido ao Crucificado,
Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Fonte: isaltino

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Um pouco sobre a insensatez


INTRODUÇÃO
O assunto hoje é o insensato. É uma das figuras mais fortes no livro. Há três termos hebraicos que nossas Bíblias traduzem como “insensato”. O primeiro é kêsil, o segundo é ‘ewil e o terceiro é nabal. Assim mudamos da sabedoria, da semana passada, para insensatez, a não sabedoria. Mas hoje vamos ver só o insensatokêsil.

  1. O INSENSATO KÊSIL EM SI MESMO
É o termo mais comum. Aparece quase cinqüenta vezes. A idéia é da pessoa estúpida e obstinada, que nunca cede em seus pontos de vista. Sempre se julga certa. Ele é uma pessoa sem capacidade de se concentrar em algum projeto. Em 17.24 se vê que ele vagueia os olhos pelo mundo, sem se fixar em nada. Em 26.7 e 9, onde o termo é traduzido por “tolo”, se vê que o que ele fala não ajuda. Nada se aproveita. Em 17.10, onde o kêsil é novamente “insensato”, se vê que ele não aprende. O insensato kêsil é o que sempre está certo e nada constrói. É aquela pessoa crítica, que vê erros em todos, sabe tudo, mas nada produz. Pois é, há gente que é assim.

  1. O INSENSATO KÊSIL TEM UM PROBLEMA DE ORDEM ESPIRITUAL E NÃO MENTAL
Sua estupidez e obstinação não são mentais. São espirituais.  Em 26.11, onde o termo é traduzido por “tolo”, é como o cão que volta ao seu vômito. Os cães eram necrófagos. Faziam o papel de urubus (o corpo de Jezabel foi comido por cães). Era o que havia de pior (Fp 3.2). Ele não quer aprender a verdade e volta ao vômito. Quando aprende é para enganar as pessoas (14.8). Em 1.32 ele é chamado de “louco”, e “prosperidade” não significa riqueza. Bem traduziu a LH: “Os tolos morrem porque rejeitam a sabedoria; os que não têm juízo são destruídos por estarem satisfeitos consigo mesmo”.  A impressão de bem-estar e de prosperidade é que o leva à destruição. É arrogante, sem humildade para mudar. Pois é, há gente que é assim.

3. O INSENSATO KÊSIL NO SEU RELACIONAMENTO COM O PRÓXIMO
Deve ser evitado porque não há nada de bom nele: 14.7. Ele é pior que uma ursa a quem roubaram os filhotes: 17.12.  É perigoso porque é obstinado, nunca muda e nada acrescenta. Tem prazer em praticar o mal (10.23), adora brigas, discussões e bate-boca (18.6). Por isso, fuja dele porque você sofrerá aflições: 13.20. E nunca confie palavras a ele, nem mande recados por ele (ou seja, não lhe confie palavras especiais): 26.6. Pois é, há gente que é assim.


CONCLUSÃO
Como vimos, kêsil pode ser traduzido por tolo, insensato e outros. Mas o sentido é o mesmo: a pessoa que sempre está certa, não aprende, não muda e é um prejuízo para os outros. Devemos nos perguntar o quanto há de kêsil em nós. E fugir do insensato que está ao nosso redor. Há pessoas que acrescentam. Há pessoas que são uma opressão. Pois é, há gente que é assim.

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Fonte: isaltino
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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Cinco vantagens em levar a cruz


A cruz nos torna humildes. Em nossas vidas somos tendenciosos a confiar em nossas próprias forças. A cruz é um meio de nos fazer perceber o quanto somos limitados, pois ela é carregada sobre dura pena. Assim, sendo humilhados só temos uma saída, busca ajuda em Deus.

A cruz nos torna esperançosos. Sabemos que por mais que seja difícil levar a cruz, temos esperança que Deus não nos abandonara.

A cruz ensina obediência. Em levar a cruz, somos ensinados a viver a vontade de Deus e não a nossa. Uma total rendição aos propósitos divino.

A cruz promove a disciplina. Ela faz cair todo orgulho, arrogância e o egoísmo nosso. Carrega o papel de moldar nosso caráter. Isso é necessário.

A cruz traz arrependimento. Ela nos faz lembrar da graça e misericórdia de Deus por nós, pois o nosso sofrimento em levar a cruz não se compara com seu sofrimento em levar a cruz com todos os nossos pecados.

Em Cristo, pastor Iranildo Medeiros
Inspirado em um texto de João Calvino
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domingo, 22 de maio de 2011

A BUSCA DE APLAUSOS DO MUNDO


“Se o mundo vos odeia, sabei que, antes de vós odiou a mim. Se fôsseis do mundo, ele vos amaria como se pertencêsseis a ele. Entretanto, não sois propriedade do mundo; mas Eu vos escolhi e vos libertei do mundo; por essa razão o mundo vos odeia” (João 15.18-19, King James).

Para evitar distorções de meu escrito, que fique bem claro que não digo que a igreja deve ser gratuitamente beligerante. Agressividade iracunda não é o mesmo que ardor evangelístico. E mau humor não significa espiritualidade ou ortodoxia. Eis o ponto: vemos hoje alguns segmentos da igreja buscando aplausos do mundo. É um tal de  igrejas amigáveis, de igrejas querendo ser relevantes (ora, se ela prega Jesus como Salvador é a instituição mais relevante do mundo) e de busca de honrarias humanas que me desnorteia. Entendo a perspectiva de muitos, de quererem respeito e reconhecimento. Assim vemos igrejas abordando temas mais sociais que espirituais, na esteira de temas da moda, querendo ser vistas pelo mundo como “relevantes”. Para o mundo, igreja é algo ocioso, que trata de uma vida que não interessa. Assim, ocupemo-nos do que interessa e dá ibope: cuidar dos pobres, falar de ecologia, ser um espaço alternativo, etc. Ao invés de salvar os pecadores, muitos querem salvar as baleias. Nada contra as baleias, por favor. Mas precisamos de cautela para não transformamos a igreja numa ONG. Muitos desses temas podem ser encampados por ONGs até dirigidas por cristãos, mas pregar o evangelho, anunciar o reino de Deus, o perdão dos pecados em Jesus, só a igreja pode fazer. E é a missão mais relevante do mundo, anunciar o reino de Deus chegado em Jesus. Isto é, se a igreja crê mesmo no reino de Deus mostrado nas Escrituras.

“Qual o seu plano para atrair jovens para a igreja?”, perguntou-me alguém na igreja que ora sirvo. Soou-me intrigante. Por que os jovens? Por que não um plano para atrair adultos? Por que não um plano para atrair maduros? Por que não um plano para atrair terceira idade? Porque queremos vender a imagem ao mundo, e às demais igrejas, de que somos uma comunidade contextualizada, que atrai público jovem (o que dá uma aura de mística e de relevância e adaptação aos novos tempos, porque, para alguns, “o jovem é a verdade”). Disse que minha preocupação não era atrair pessoas, mas pregar o evangelho. Assim, em oito meses tivemos 39 batismos, incluindo os das congregações. E desses, 30 eram jovens. Eles vieram porque ouviram o evangelho. O que os atraiu não foi um plano, mas a pregação de Jesus Cristo. O inquiridor entendeu e hoje apóia minha visão de ministério. O evangelho, como Jesus mostrou na parábola do semeador, é uma semente. O poder que faz a semente germinar está nela, não no invólucro que a traz. Mas temos procurado mostrar ao mundo uma face moderna, ágil, ligada nos novos tempos. Queremos ser bem vistos e exibir uma imagem de relevantes e atuais.  Temos nos auto-avaliado pelo mundo, mais que pela Palavra. Definamos bem: nossa maior preocupação, embora não devamos buscar o confronto, não deve ser buscar aplausos ou mostrar que somos agradáveis.  Nossa maior preocupação deve ser a fidelidade a Deus.

Às vezes, a igreja sofre porque merece. Seus membros são mal-educados. Estacionam carros nas garagens dos vizinhos. Que ainda sofrem com o som elevado. Mas como seu Senhor, ela não é do mundo. É outra a sua visão e são outros os seus valores.  Ser rejeitada é natural. Ao invés de se esforçar para agradar ao mundo, que se esforce em sua lealdade. Seu Senhor se agrada de fidelidade.
Sobre ser amiga do mundo e mostrar uma face agradável, como dizia um humorista, “há controvérsias”. Um cântico muito entoado em nossas igrejas diz: “Não existe nada melhor do que ser amigo de Deus”. É verdade. Diz Tiago 2.23, sobre Abraão: “… ele foi chamado amigo de Deus”. Este deve ser nosso anseio: receber o elogio de Abraão, “amigo de Deus”.

A igreja não é gratuitamente beligerante com o mundo, mas não se pauta por ele. Sua preocupação não deve ser a passar uma imagem de moderna, atual, contextualizada, relevante, seja lá qual for o rótulo que lhe pespeguem. O mundo precisa ver que ela é séria, e deve vê-la como igreja de Cristo. O mundo não precisa nos aplaudir. Mas deve nos respeitar. Precisa reconhecer que temos uma mensagem vinda da parte de Deus. E nos respeitar pela seriedade espiritual.
Nosso olhar não é para o mundo, mas para Deus. Nossa identificação é com Jesus Cristo.

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Fonte: isaltino
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sábado, 21 de maio de 2011

O VALOR DE UM PASTOR


Por  Cleber Montes Moreira
  • O valor de um pastor não é medido por sua popularidade, poder de persuasão ou quantidade de pessoas que atrai, mas sim por seu caráter e fidelidade a Deus (Jo 6.66 e 67);
  • O valor de um pastor não é medido pela aprovação de homens, mas pela aprovação de Deus. O pastor é segundo o coração de Deus e não segundo o coração dos homens (Jr 3.15);
  • O valor de um pastor não é medido pelo tamanho de sua igreja, mas por suas qualidades éticas, morais e espirituais;
  • O valor de um pastor não é medido pelo volume das entradas financeiras de sua igreja, mas por sua capacidade de suprir seu rebanho com a Palavra de Deus. Há pastores que se preocupam com a lã. Há pastores que se preocupam com as ovelhas.
  • O valor de um pastor não é medido pelo salário que ganha, mas pelo serviço que presta;
  • O valor de um pastor não é medido por sua capacidade política e de articulação, pois muitas vezes ele deixa de ser “politicamente correto” para permanecer justo e reto diante de Deus;
  • O valor de um pastor não é medido pelos cargos que ele ocupa na denominação, mas pelo serviço que presta à Obra de Deus;
  • O valor de um pastor não é medido pela satisfação de seus ouvintes, mas por sua pregação coerente aos valores do evangelho bíblico capaz de transformar vidas. A sua mensagem, ao invés de massagear o ego humano, às vezes desagrada por confrontar o ouvinte com a verdade;
  • O valor de um pastor não é medido pelo seu poder ou status, mas por sua submissão e obediência a Deus;
  • O valor de um pastor não é medido por sua autossuficiência. O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza de homens que às vezes julgamos fracos e incapacitados (2ª Co 12.9);
  • O valor de um pastor não é medido por sua condição física, mas por sua condição espiritual;
  • O valor de um pastor não é medido pela quantidade de amigos ou pessoas que o rodeiam, mas sim por seu amor às pessoas;
  • O valor de um pastor não é medido pelos seus discursos, mas pela autoridade de seu viver (Mt 7.9);
  • O valor de um pastor não é medido pelo crescimento quantitativo ou não da membresia de sua igreja, mas pelas transformações que suas mensagens geram em seus ouvintes. Há por aí templos cheios de pessoas perdidas, e igrejas pequenas onde pessoas experimentam a salvação em Cristo;
  • O valor de um pastor não é medido pelo seu poder de empolgar sua igreja ou plateia, pois seu chamado é para pastorear e não para “animar” auditório;
  • O valor de um pastor não é medido pelas crises que passa ou deixa de passar, mas pela maneira como se comporta em momentos difíceis;
  • O valor de um pastor é medido por critérios divinos e não humanos.
  • O pastor é dependente de Deus, e não de homens;
  • O pastor é homem frágil e pequeno, por meio do qual Deus realiza coisas grandes e extraordinárias;
  • O pastor sabe que seu chamado é para pastorear e não para gerir empresas; ele não se preocupa com números mas com a saúde de suas ovelhas;
  • O verdadeiro pastor não se “contextualiza” ao mundo, mas se esforça para tirar vidas do mundo;
  • O pastor de valor forma valores;
  • Se você tem um pastor, agradeça a Deus, ore por ele e ame-o!

Fonte: isaltino

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quinta-feira, 19 de maio de 2011

NÃO AGUENTO MAIS CANTAR CORINHOS


Vivemos mesmo numa época de ignorância, de obscuridade intelectual e de irracionalismo. Infelizmente, a ignorância tem se tornando jóia cultivada neste país, e os mais pensantes são cada vez mais postos de lado. Quando um político de expressão nacional diz que livro é como academia de ginástica: a gente olha e foge, é porque a coisa ficou feia mesmo. O pior é que a ignorância é cultivada com arrogância. Parece que quanto mais ignorante, mais digno de crédito. E a espiritualidade evangélica tem se distanciado do pensar, que tem sido cada vez mais visto como ato carnal, quando não diabólico. A ignorância está em alta. Está difícil ser evangélico, também, hoje, a quem é pensante. 


Ouvi no noticiário televisivo: um rapaz de vinte e poucos anos, gaúcho, estudante de Teologia na Bolívia, desapareceu nos Andes, quando fora escalar uma montanha de 6.300 metros. O rapaz não tem experiência alguma de alpinista, e ainda assim foi sozinho porque, segundo a mãe, queria ter uma experiência com o Espírito Santo, queria encontrar o Espírito Santo. Como achou que ele é boliviano e mora nos Andes foi fazer a escalada.
 


Com todo respeito: o que leva a uma pessoa a sair do Rio Grande do Sul onde há bons seminários, passando pelo Paraná, onde também os há, e ir estudar Teologia na Bolívia? Respeitosamente: desde quando a Bolívia tem expressão em ensino teológico? Este jovem não tinha um pastor que o orientasse? E o que leva alguém, sem experiência alguma, a escalar sozinho uma montanha de 6.300 metros para encontrar o Espírito Santo? De onde lhe veio a idéia de que numa montanha encontraria o Espírito? E como convertido e aparentemente vocacionado, ainda não encontrara o Espírito? O que ensinaram a este jovem na igreja e depois no seminário? Sei que a família está sofrendo e que é hora de consolar, mas não posso deixar de dizer: quanta gente tonta, sem noção das coisas, e usando a espiritualidade como pretexto para a falta de juízo! Mas isto é reflexo do cristianismo que pregamos e cantamos hoje em dia. Cantamos autênticos absurdos teológicos e que se chocam contra a Bíblia, e ficamos por isto mesmo. As pessoas não pensam no que cantam, mas se apenas o ritmo é bom, agitado e as faz sentirem-se bem.
 


Temos um cristianismo cada vez mais sem Cristo, e cada vez mais com o Espírito Santo, sendo que por Espírito Santo as pessoas entendem uma experiência extra-sensorial. Porque uma experiência com o Espírito aproxima mais de Cristo, pois esta é sua missão. O evangelho está se tornando um ajuntamento de sentimentos, sensações, experiências místicas. Culpo um púlpito que não é exegético e corinhos ingênuos e até tolos. Os muitos corinhos que enxameiam nossa liturgia nos fazem cantar tantas inconveniências que fico abismado que pessoas razoavelmente lúcidas em sua vida secular cantem aquelas letras. Boa parte delas é confusa, sendo difícil ligar uma linha à outra. Pessoas que são professores cantam tantos erros de português, em que “tua” e “sua”, que são pessoas diferentes, se misturam e por vezes nem se sabe quando se fala de Deus ou de alguma outra pessoa. Raramente se fala de Jesus, e quando se fala dá para notar que Jesus é cada vez mais um conceito para dentro qual as pessoas projetam seus sonhos de consumo ou de classe média, que o Redentor e Salvador. A linguagem é horrorosa: mergulhar nos teus rios, beber nos teus rios, voar nas asas do Espírito, subir o monte de Sião, estar apaixonado por Jesus, subir acima dos querubins, uma série de expressões que não fazem sentido algum. Mas os compositores estão acima da crítica, mesmo quando fazem coisas ridículas, como andar de quatro em público. E quem canta os tais corinhos se sente bem. E também não aceita correção. Quem tenta corrigi-los em suas heresias e tolices é vaidoso, carnal, fossilizado, etc. O que vale não é se o que se canta é certo, mas se faz bem. As pessoas querem se sentir bem e ter alguma experiência. O conteúdo do que se canta é irrelevante. Sendo honesto: não agüento mais cantar corinhos! Chamem-me de vaidoso ou pernóstico, que não fará diferença, mas a maior parte dos corinhos, mesmo que na nova semântica se chamem pomposamente de louvor, é uma ofensa a quem sabe ler e interpretar um texto e tem uma noção mínima de conteúdo da Bíblia. 

“Eu tenho a força”, bradava He-Man. Uma força mística, não divina, mas uma energia cósmica. Parece-me que é essa força espiritual que as pessoas buscam. Eles não querem aprofundamento no evangelho nem estudar a Bíblia. Eles querem sensações e experimentar uma força. O evangelho está se diluindo no esoterismo que grassa no mundo atual.
 

Esta é uma palavra especial aos pastores e ministros de música, que julgo eu, são as pessoas mais responsáveis pelo que acontece e que podem mudar a situação. Quero alinhavar algumas sugestões e lhes peço, respeitosamente, que pensem nelas.
 



1. FUJAM DO COPISMO
 

Chacrinha dizia que “na televisão nada se cria, tudo se copia”. No cenário evangélico também. Há uma usina produtora de corinhos, de forma comercial, que massifica nossas igrejas. Nossos jovens cantam as mesmas coisas vazias em todos os lugares. Em várias igrejas se vê a mesma deselegância de adolescentes robustas, saltitando, num monte de véus, no que pretende ser uma coreografia, mas que mostra gestos descoordenados e deselegantes. Chega a ser triste de ver as pessoas saltitando sem habilidade e com uns gestos que nada têm a ver com o ritmo da música. E a gente fica sem saber o que fazer: se olha as jovens pulando, se pensa no que está cantando, se nota as figuras do multimídia, ou os erros de português das letras, ou ainda o embevecimento do chamado “grupo de louvor”, que volta atrás, repete uma estrofe (quando há estrofe), tremelica a voz, faz ar de quem está sentindo dor. Mas é o padrão na maior parte das igrejas. Parece um shiboleth. Quem não faz assim corre risco de ser execrado. Porque os detentores da verdade litúrgica inovadora são fundamentalistas: fora do modelo deles não há louvor nem espiritualidade. Mas eu pergunto: é preciso fazer tudo igual? Convencionou-se que sim, porque ser antiquado é uma ofensa inominável. E para alguns, fora do padrão corinhos e danças tudo é velharia e não há espiritualidade.
 

Se você é líder e não concorda, diga que não concorda. Não ceda por medo. Há pastores que têm medo de perder o pastorado e cedem a direção do culto aos jovens. Eles cantam, cantam, e depois se sentam e se desligam do resto da atividade, quando não saem do templo. Há um descompasso entre o que se cantou e o que se prega. Porque se canta um evangelho muito diluído. Há pastores que têm medo de perder o rebanho, massificado por este padrão, e o usam. Tenho ido a igrejas em que pastores ficam alheios aos corinhos (recuso-me a chamá-los de “louvor”), mas dizem-me candidamente: “Eu não gosto, mas o pessoal gosta”. Ele deixa de ser o orientador do povo e passa a ser um garçom que serve o que o povo gosta. Ministro de música também age assim. E também está errado. Se estudou música e passou por um seminário deve ter uma proposta de liturgia menos medíocre e que atenda a todas as faixas etárias da igreja. É sua responsabilidade. Nossos cultos estão sendo empobrecidos pelos corinhos. A música é de baixa qualidade e as letras são aguadas. Os corinhos são cada vez mais efêmeros. Ministro de música, não copie a pobreza musical e intelectual dos corinhos. Pensar não é pecado. E ser inteligente também não é. Se os “levitas” podem discordar dos que chamam depreciativamente de “conservadores”, por que nós, conservadores, não podemos discordar dos “mediocrizadores” da música evangélica?
 



2. O QUE A BÍBLIA DIZ?
 

Tudo na igreja deve ser submetido ao crivo da Bíblia, inclusive o que se canta. Os compositores não estão escrevendo uma nova revelação e estão sujeitos ao crivo da Bíblia. Devem ser humildes e não pensarem de si como oráculos de Iahweh. Quem queira subir o monte santo de Sião deve ler Hebreus 12.22-29 e ver que ele é um símbolo do evangelho, da igreja de Deus, e que cada crente já está nele. O monte Sião não tem nada para nós. Quem queira subir acima dos querubins deve ler Isaías 14 e verificar que alguém quis fazer isto no passado e foi expulso do céu. Quem cante “Quero ver a tua face, quero te tocar”, deve se lembrar que Deus disse a Moisés: “Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá” (Êx 33.20).
 

As primeiras declarações de fé da igreja foram expressas em cânticos. Muitas afirmações litúrgicas do Novo Testamento foram expressões teológicas que firmaram os cristãos. Lutero firmou a Reforma com suas pregações, seus escritos, mas muito mais com seus cânticos. São cânticos que ficam na mente e muita gente está subindo o monte porque canta isto. A igreja precisa cantar sua fé e sua fé está na Bíblia. Toda letra de cântico deve ser submetida ao crivo bíblico. O certo não é o que a pessoa sente nem se o que ela canta lhe faz bem. O certo é o que está de acordo com a Bíblia.
 

O conteúdo do evangelho foi muito definido: Cristo crucificado. Mas pouco se cantam Cristo e a sua cruz. Precisamos cantar o ensino da Bíblia. “Doce canto vem no ar com a primavera, Flores lindas vão chegar com a primavera, Lírios, dálias e alecrins, Violetas e jasmins, O sol vai brilhar, passarinhos vão cantar, Com a primavera”. O que isto tem a ver com Cristo, com a salvação, com a segurança dos salvos?
 

Temos abandonado a Bíblia como fonte de doutrina, trocando-a por revelações e sonhos de gurus. Temo-la abandonado como inspiradora de modelo gerencial para a igreja, assumindo padrões de administração humana. Muita pregação, mesmo com ela sendo lido, é apenas emissão de conceitos culturais, e sendo ela mero pretexto para o discurso. E temo-la deixado de lado como balizadora do que cantamos. A função do cântico não é distrair as pessoas nem fazê-las sentir-se bem no culto, mas ensinar as grandes verdades de Deus. O culto deve ser doutrinador, sim. Preguei num congresso de jovens em Manaus, e deselegantemente, o dirigente tomou a palavra após minha fala e disse: “Não me interesso por doutrina, e sim por Jesus”. Pedi o microfone de volta e fiz uma pergunta: “Sem doutrina, que Jesus você tem?”.
 

Com nossos cânticos atuais, não temos Jesus. Em muitos deles temos um espírito de grupo, uma cultura grupal ou um Espírito que mais se parece com a Força de He-Man que com o Espírito Santo. É preciso subordinar tudo ao crivo da Bíblia. O evangelho está se tornando cada vez menos bíblico e mais sentimental. Porque está faltando Bíblia.
 



3. NÃO DESPREZE SUA HERANÇA TEOLÓGICA E LITÚRGICA
 

O terceiro aspecto que abordo é este: não despreze sua herança teológica e litúrgica. Há uma tradição que engessa e que fossiliza. Mas há uma tradição que enriquece e que dá balizamento. O evangelho não começou agora. A igreja não surgiu há alguns poucos anos. Os momentos de louvor e adoração não foram criados agora. Muitos deles, no passado, deixaram marcas profundas de avivamentos que impactaram a sociedade.
 

Até agora caí de tacape e borduna nos corinhos, sem abrir espaço para reconhecer que alguns sejam bons. Foi de propósito. Creio que consegui um pouco de atenção. Creio que há cânticos bons e que trazem conceitos espirituais seguros. São coerentes, biblicamente falando. E respeitam a herança teológica do protestantismo. Porque este critério também tem valor: os cânticos estão reafirmando nossa fé ou modificando a nossa fé? Infelizmente, a maioria me deixa desconfortado: não os canto porque não expressam minha fé, a fé em que fui criado, a “bendita fé de nossos pais”, como diz um hino.
 

Nós temos um passado e não podemos fugir dele. A ignorância do passado leva a cometer os mesmos erros cometidos. Houve uma longa luta para firmar o cânon do Novo Testamento, e precisamos lembrar que é ele que interpreta o Antigo. Muita gente tem cantado o Antigo Testamento, mas nós somos cristãos. Nós cantamos a fé em Cristo. Se o Antigo Testamento é pregado, deve ser interpretado pelo Novo. Se o Antigo é cantado, deve ser interpretado pelo Novo. Estão querendo rejudaizar o evangelho, questão que a igreja já resolvera em Atos 15 e contra a qual Paulo escreveu a sua mais dura carta, a epístola aos gálatas. Somos filhos do Novo Testamento, e não do Antigo. Somos filhos dos evangelhos e das epístolas, e não de Salmos, embora Jesus os usasse. Mas seu próprio jeito de usar os salmos nos orienta: ele os reinterpretou em sua pessoa. Cantemos Jesus, cantemos a fé cristã e não meras sensações, cantemos a cruz, o túmulo vazio, o perdão dos pecados. Cantemos a Igreja, e não Israel. Somos cristãos e não judeus. Cantemos que “a cruz ainda firme está e para sempre ficará”.
 

Somos salvos pela graça por meio da fé em Cristo. Não somos salvos pelo Espírito Santo nem por uma experiência litúrgica. O Espírito é uma pessoa e não sensações: “O Espírito Santo se move em você com gemidos inexprimíveis” é algo sem sentido. Ele geme por nós, em oração, com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). Mas não se move dentro de nós, com gemidos. O ponto central do evangelho é Cristo e sua cruz. Este é nosso tesouro teológico, herança à qual devemos nos agarrar. Qualquer cântico que deslustre isto, que diminua Jesus, que esmaeça a cruz, é blasfêmia. Não quero cânticos de auto-ajuda. Quero Jesus e sua cruz. Quem tem Jesus não precisa de muletas emocionais. Quero cânticos bíblicos, de acordo com a fé que uma vez foi entregue aos santos (Jd 3).
 



CONCLUSÃO
 

Sei que foi uma palestra dura. Não vou me desculpar porque o que eu disse é o que eu creio. Sim, estou cansado da ditadura litúrgica que me parece associada a um fundamentalismo: só nós sabemos o que é espiritual e vocês estão fora, são do passado, são frios, são formais. Eu me recuso a cantar bobagens com roupagem espiritual. E desafio vocês a restaurarem a liturgia com conteúdo, com ensino. Desafio-os a não cederem à força da pobreza litúrgica que nos avassala.
 

Há algo mais comovente e com mais conteúdo que “Castelo Forte”, “Aleluia”, “Amazing Grace”? Por que a ditadura dos corinhos? Por que, no natal, sou obrigado a cantar que quero voar nas asas do Espírito? Que os compositores de corinhos componham música de boa qualidade com letras de conteúdo, e ajustada às épocas, também. Os corinhos são monocromáticos. Dizem sempre a mesma coisa. Nunca ouvi um exortando à confissão de pecados, falando do natal, da dedicação de crianças, da semana da paixão, de missões, da Bíblia como Palavra de Deus. Tudo é igual: louvar, adorar, contemplar, sentir-se bem. Não permitam a monocromia, que é sinal de pobreza.
 

Escrevi, tempos atrás, um artigo intitulado “Quero uma igreja velha”. Esta palestra é um desabafo e um pedido de ajuda: “Socorro, quero um culto velho”. Com a Bíblia exposta, com solenidade, com cânticos com nexo, com os grandes hinos de nossa fé, com Cristo e sua cruz brilhando. Sim, estou cansado da liturgia atual, que é pobre e alienante.
 

Pr.  Isaltino Gomes Coelho Filho
Fonte: eliassantos
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OS ERROS DO ESPÍRITO SANTO


Pare evitar melindres, digo logo que o título é retórico, e não literal. Perco parte do impacto, mas evito logo os caçadores de heresia. Não tenho muita paciência com gente que procura chifre em cabeça de cavalo, e por isso esclareci logo.

Filipe estava pregando para uma multidão, e o Espírito o removeu para o deserto. Tirou-o do meio de um trabalho de massa e de grande impacto. É que lemos em Atos 8.12-13: “Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus, batizavam-se homens e mulheres. E creu até o próprio Simão e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e admirava-se, vendo os sinais e os grandes milagres que se faziam”. Filipe tivera discernimento e fora para a Samária: “E descendo Filipe à cidade de Samária, pregava-lhes a Cristo. As multidões escutavam, unânimes, as coisas que Filipe dizia, ouvindo-o e vendo os sinais que operava; pois saíam de muitos possessos os espíritos imundos, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados” (At 8.5-7). Lá surgiu um avivamento e muitas conversões aconteceram.

É neste momento que vem o Espírito e comete seu primeiro erro: encaminha o evangelista a um lugar deserto. Tudo bem planejado por Filipe, as coisas estão indo bem, e o Espírito, de supetão, o remove dali para um lugar inexpressivo. Deus deveria respeitar mais nosso planejamento. Temos bons estrategistas, gente que sabe criar projetos e delinear ações. Mas Deus tem o estranho hábito de fazer as coisas sem nos pedir informações e sem olhar nossa prancheta. Não se tira um obreiro de um lugar em que ele está indo muito bem, fazendo um bom um trabalho, privando o lugar de sua presença marcante. As coisas iam bem por causa do homem certo no lugar certo.

O segundo erro estratégico: tirou o evangelista do meio de muitas pessoas e o encaminhou para esperar que passasse alguém. Veja os contrastes: “multidões” (v. 6) e “muitos” (v. 7) para “deserto” (v. 26). Ora, por que investir em lugares pequenos? Por que enviar um missionário para um vilarejo, ao invés de centrar as forças nos grandes centros urbanos? Faltou-lhe noção de estratégia missionária. Não aprendeu dos missiólogos. Ignorou as modernas técnicas de evangelização mundial. Foi por isso que errou. São Paulo de Piratininga é mais importante que Coxipó de Poconé de Conceição de Mato Dentro. Ter uma igrejona em Sampa é mais importante, estrategicamente falando, que ganhar alguém na periferia de Coxipó.

O terceiro: tirou o evangelista do meio de uma batalha, em que confrontara vitoriosamente o mal, para um lugar pacífico. Simão, o Mago, se decidira. Era só trabalhar mais com ele. Que troféu para exibir! Figurões convertidos ajudam muito na expansão do evangelho. Exibir um ex-alguma coisa dá um ibope terrível! A quem Filipe evangelizaria, no deserto? Lobos? Serpentes? Escorpiões? Para piorar, Pedro já “engrossara o caldo” com Simão: “Mas disse-lhe Pedro: Vá tua prata contigo à perdição, pois cuidaste adquirir com dinheiro o dom de Deus. Tu não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua maldade, e roga ao Senhor para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração; pois vejo que estás em fel de amargura, e em laços de iniqüidade” (At 8.20-23). Figurões que sejam convertidos potenciais devem ser tratados com luvas de pelica! O Espírito também poderia orientar melhor aos missionários. Noções de Relações Púbicas fazem bem.

Por tudo isso, o Espírito Santo seria reprovado na disciplina Estratégia Missionária, num curso de Missiologia. Nós sabemos que o segredo do sucesso está no bom planejamento. Sabemos pensar, fazer projetos, idealizar situações. Tanto que nem precisamos de muita oração. A prancheta substitui o joelho em terra e nos dá a sensação de utilidade. Estamos fazendo alguma coisa para Deus ao invés de esperarmos passivamente. Nós somos proativos, e não reativos, mesmo reativos a Deus. Somos uma denominação que sabe planejar! Vejo cada calhamaço de planejamento! Só não entendo porque, com tanto planejamento, as coisas não melhoram. Bem, quem sabe, precisamos de mais planos…

Sabemos o que aconteceu. Filipe foi para o deserto, ganhou um ministro de Candace, rainha da Etiópia, para Jesus. O homem regressou convertido para seu país, e assim se cumpriu uma profecia bíblica: “estenda a Etiópiaansiosamente as mãos para Deus” (Sl 68.3). E, figurão por figurão, o Espírito sabia qual lhe seria mais útil.

Não se trata de seletividade do Espírito, removendo Filipe do meio do povão e levando-o a uma pessoa importante. É que o plano de Deus estava formado há séculos. Deus já tinha a conversão deste homem em mente, antes do avivamento em Samária. Precisamos conhecer os desígnios divinos para nossas vidas e para seu reino. E ele nos faz conhecê-los na convivência com ele. Não desconsidero os planos, mas considero que buscar a Deus e submeter-se a ele é mais importante que qualquer outra coisa. Geralmente planejamos e pedimos que Deus abençoe os nossos planos. Buscamos conhecer os planos de Deus? Antes de dedicarmos os planos a Deus dedicamos-lhe nossa vida? Nem sempre o segredo do bom sucesso são os planos, mas o caráter espiritual das pessoas sempre pesará muito. A espiritualidade não pode vir a reboque de projetos. A oração não pode ser item em nossas agendas, mas o suporte do que fazemos.

Creio que mais importante que papel e arquivos em computador é a profundidade espiritual. É a oração, não como tópico de agenda administrativa, mas a passional. Receio que a burocracia se torne um shiboleth e sufoque o Espírito Santo. Não é pecado planejar, mas é pecado criar a cultura de que tratamos de um negócio comum, que se atém a regras humanas normais, e não que cuidamos de algo sobrenatural, que não pode nunca deixar de ter abordagem e enfoque sobrenaturais em primeiro lugar. Será que muitas de nossas instituições não estão em crise exatamente por isso? Por que deixaram de ser espirituais e suas engrenagens se tornaram meramente comerciais? Se tem dinheiro em caixa então cumpriu sua missão. Será isto mesmo? Não será por isso que muitas não têm dinheiro em caixa e vão mal em outros setores?

O caráter de Filipe fica bem claro em Atos 6.3: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço”. E isto me leva a considerar que a maior necessidade da igreja e das instituições que a servem (como batista entendo que as instituições são servas das igrejas) não é de mais burocracia eclesiástica, mas de pessoas de caráter espiritual elevado. De homens e mulheres espiritualmente rendidos a Deus e completamente entregues em suas mãos para a obra. Penso se não nos sobram planos e escasseiam quebrantamento e vida nas mãos de Deus. É ele quem faz a obra através de pessoas, e não as pessoas que fazem a obra através dos seus planos. “E Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres extraordinários” (At 19.11).

Filipe pôde sair do meio do avivamento e ir para o deserto porque não mensurava seu serviço pela contagem de cabeças de decididos, mas sim em termos de espiritualidade obediente. Não são planos ou números. Estes são circunstanciais, secundários e produto da espiritualidade. O que mais importa são vidas nas mãos de Deus. Como a de Filipe. Com vidas assim nas mãos do Espírito de Deus as coisas dão certo. Ele nunca erra.

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Fonte: isaltino
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